A taxa de desemprego em Portugal chegou aos 10,8 por cento em Abril passado, tornando-se a quarta taxa mais elevada da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo valores hoje divulgados.
Governo sublinha queda do desemprego registado nos centros de emprego
(Fernando Veludo)A evolução da taxa de desemprego em Portugal foi das mais rápidas. Enquanto o conjunto dos países da OCDE registam uma subida ligeira ao longo de 2009 e do primeiro trimestre de 2010, ou até mesmo alguma inflexão nalguns países, já Portugal, com a Espanha, Grécia, Hungria e Polónia, sofreram subidas claras do nível de desemprego.
A trajectória da taxa de desemprego em Portugal tem sido alvo de sucessivos comentários por parte dos rtesponsáveis governamentais e do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), responsável opelos centros de emprego. Mês após mês desde a segunda metade de 2008, o discurso político tem dito que a previsão oficial é de uma inflexão dos números que regularmente vão saindo. Mas até ao momento não se têm cumprido essas previsões mais optimistas.
O Governo estima que Portugal chegue ao final do ano com uma taxa de desemprego de 9,8 por cento, projectando que a recuperação do mercado laboral se dê com mais intensidade no segundo semestre. Mais recentemente, o secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, Valter Lemos, contrariou os valores mais recentes do Eurostat - uma taxa de 10,8 por cento em Abril passado - lembrando a evolução do número de desempregados registados nos centros de emprego. Nesse mês, as diversas variáveis registaram uma queda, mesmo no número de desempregados inscritos nesse mês. Mas as estatisticas oficiais - do INE - apontam para uma taxa de desemprego de 10,6 por cento no primeiro trimestre de 2010 e, a manter-se o perfil do desemprego em Portugal nas últimas décadas, a absorção do desemprego apenas se iniciará cerca de dois anos depois do início da retoma económica. De sublinhar ainda que o crescimento económico previsto para os próximos anos assumirá uma fraca dimensão, tido como incapaz de gerar emprego suficiente para abosorver o desemprego.
Em contraste com a situação de Portugal, a média dos países da OCDE manteve uma taxa de desemprego estável ao redor dos 8,7 por cento, com o número de desempregados a subir 3,3 milhões para 46,5 milhões de pessoas.
As taxas de desemprego mais baixas foram observadas na Coreia do Sul (3,7 por cento) e Holanda (4,1 por cento). Entre os países da OCDE, Espanha mantém-se como o que apresenta a taxa mais elevada (19,7 por cento), seguido da Eslováquia (14,1 por cento) e Irlanda (13,2 por cento). No conjunto da zona euro, a taxa de desemprego subiu dos 10 por cento observados em Março para os 10,1 por cento.